segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RELÓGIOS EM TEMPOS OPOSTOS. 101 DIAS DE GREVE E 1000 DIAS PARA A COPA


Enquanto o salafrário do governador Anastasia, PSDB, inaugurava o relógio da copa, numa clara política do pão e circo para mídia divulgar, o outro lado, o relógio dos educadores estaduais em greve expressava os 101 dias da brava luta pela imediata implementação do PISO SALARIAL NACIONAL. Lei vigorada desde 2008 e, contraditoriamente, não aplicada nas “Minas que avança”.

Desde as seis horas da manhã, vários profissionais da educação se acorrentaram em frente o palácio da liberdade, na Praça da Liberdade para se contrapor ao tendencioso espetáculo da copa do mundo em detrimento aos caos implementados pelo governo neoliberal do PSDB contra a educação pública servida aos filhos dos trabalhadores. 

Desejávamos chamar à atenção da população para o problema da educação no Estado e o levante dos profissionais da educação que, não tendo outro caminho de diálogo para resolução do problema da implementação do PISO SALARIAL NACIONAL decidiram se acorrentar e denunciar o grave problema dos três meses da greve e o impasse do governo truculento de não negociar com a categoria para que a greve acabe e possamos retornar aos nossos trabalhos. 

Enquanto preparavam o espetáculo para um público seletivo, os professores acorrentados recebiam as mais variadas ameaça para desistirmos do nosso ato. Homens, fardas, cacetes, camburões, abusando de leis com suas poderosas credenciais faziam seus espetáculos à parte. Frente a frente com a polícia de choque, enquanto recebíamos ameaça de enfrentamento. Respondíamos com palavras de ordem “Anastasia, seu salafrário, subsídio não é salário!” ou “É osso! É osso! Ver a educação com a corrente no pescoço! 

As horas se passavam e os relógios se confrontavam. Espetáculo da copa de um lado e resistência dos trabalhadores em educação de outro. Os primeiros convidados chegaram por volta das 13h e eram nossos bravos companheiros que viriam se solidarizar a nossa luta e, como já sabíamos não eram convidados a entrar. “Ninguém mais entra, ninguém mais sai”. A força bruta da polícia militar se fez presente para barrar suas entradas na pça que contraditoriamente se chama Liberdade. Mesmo impedidos de entrar na pça somavam em coro conosco e nossas palavras de ordens.

Já a noite houve um acordo que saíssemos da praça e, em prol disso, o governo do Estado se comprometeria a adiar a votação do subsídio do dia 20/09 possibilitando abertura de negociação com o governo. A categoria aguardava os acorrentados com aplausos e as palavras de ordem se somavam num grande coro de solidariedade ao movimento. 

Enquanto o relógio da copa era inaugurado, o relógio dos trabalhadores em educação corria contra o tempo. Corria contra a truculência da polícia sobre os trabalhadores. Dois relógios, dos momentos completamente diferentes. Um, anunciava o arsenal de barulhos e foguetes coloridos pipocando no céu de anil. No outro pipocavam barulhos e fumaça das bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta e caos partindo em direção a multidão. O desespero tomou conta dos trabalhadores em educação e vários foram os ferido, enquanto isso o governador Anastasia e o prefeito Márcio Lacerda apareciam sorridentes nos meios de comunicação, sob a proteção dos seus fiéis escudeiros, a polícia militar e de choque.

O relógio da copa competirá com o relógio da memória de cada profissional da educação que estava naquele momento “histórico de grande repressão contra os trabalhadores da educação que estão lutando pela implementação de uma lei federal que o governo do truculento Anastasia se recusa a implementar. Mas não este feito do governador contra os trabalhadores de educação se revestirá de mais indignação e a necessidade de permanência na luta como forma de único caminho para as conquistas da classe trabalhadora. Continuaremos subversivos á ordem da burguesia e acreditando que só a luta é capaz de reverter este estado de coisa

Nenhum comentário:

Postar um comentário