sábado, 24 de setembro de 2011

MG: Greve de professores resiste à intransigência do governo e retaliação da Justiça

A Greve dos trabalhadores em Educação de MG continua.
O Governo diz que a Greve acaboue as escolas já funcionam normalmente. Nossa resposta é que temos que resistir aos ataques de Anastasia e encher a próxima assembleia.
Não podemos ceder aos ataques do governo estadual. O Governo Dilma deve intervir imediatamente em Minas e fazer com que Anastasia aplique o piso e garanta a nossa carreira.

TODOS A ASSEMBLEIA DO DIA 26 DE SETEMBRO

A matéria abaixo foi retirada do site do PSTU


Educadores está há mais de três meses em greve, exigindo a aplicação do piso nacional


Da redação



Professores mineiros em greve resistem

• Nesse dia 23 de setembro a greve dos profissionais de educação da rede estadual de Minas Gerais completava 108 dias. Os professores e demais profissionais da rede pública se aproximam do quarto mês de paralisação enfrentando a dura intransigência do governo de Antonio Anastasia (PSDB), a repressão policial e a retaliação da Justiça, que declarou a greve ilegal no último dia 16.

Os professores, por sua vez, exigem simplesmente o cumprimento da lei: a implementação do piso nacional aprovado em 2008 e até hoje descumprido pelo governo estadual, de R$ 1597. No estado de Minas, o menor salário, bruto, é de apenas R$ 369. A remuneração sobe 3% a cada grau na carreira e 22% por titulação. A categoria é composta por algo como 300 mil trabalhadores.

Intransigência
Além de se recusar a negociar, Anastasia enviou à Assembleia Legislativa, no dia 21, um projeto de lei em caráter emergencial que mantém o piso no estado abaixo do piso nacional, perpetuando sua atual política de subsídios (sem incorporação) e ainda passando por cima do Plano de Carreira da categoria.

O governador ainda ameaçou demitir todos os contratados que insistirem na greve, dando o prazo para voltarem até esse dia 23. Os trabalhadores, porém, não se intimidam e continuam de braços cruzados. Eles mantêm ainda um acampamento em frente à Assembleia, apesar da presença constante e intimidatória do Batalhão de Choque. Um professor e uma professora estão em greve de fome desde o dia 19, exigindo que o governo abra negociações com a categoria.

“Estamos num momento muito difícil, em que enfrentamos a dura intransigência do governo e uma pressão brutal, agora é tudo ou nada” , afirma Gustavo Olímpio, membro do Movimento Educação em Luta, ligado à CSP-Conlutas. Apesar da base da categoria já sentir os efeitos do desgaste de uma greve longa e de um governo autoritário, os trabalhadores mobilizados ainda acreditam que é possível vencer.

“A presidente Dilma, que esteve aqui na inauguração do relógio da Copa, quando fomos brutalmente reprimidos pela polícia, não tomou nenhuma medida para dar uma solução à nossa greve, apesar dela dizer que intermediaria uma negociação” , afirma Olímpio, que exige uma intervenção do Governo Federal para fazer com que o governo Anastasia cumpra a lei. Exigência que deveria ser encampada pela direção do sindicato, o Sind-UTE, que prefere poupar o governo Dilma.

Vários setores organizavam para esse dia 24 uma marcha exigindo ‘Fora Lacerda’, pelo impeachment do atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). O prefeito é acusado de impor uma política higienista na cidade através da Guarda Municipal, além de uma série de irregularidades na prefeitura da capital mineira. Os educadores do estado participarão do ato, incorporando também o ‘Fora Anastasia’.



Repressão
No último dia 16 os professores foram vítimas da polícia de Anastasia. Enquanto os educadores completavam 101 dias de greve, o governador chamava a imprensa para inaugurar o relógio que registraria a passagem de mil dias para o início da Copa do Mundo. Os professores e educadores em greve aproveitaram para lembrar o governador o tempo em que já estavam parados, sem que ele se dispusesse a negociar.

Um grupo de professores chegou a se acorrentar na Praça da Liberdade para chamar a atenção para os problemas da categoria e da educação no estado, aproveitando a presença da presidente Dilma. A manifestação contou com cerca de 8 mil professores. O governador, além de não se sensibilizar com o protesto, mandou a polícia reprimir brutalmente o ato.

Balas de borracha, cassetetes e spray de pimenta foram utilizados na repressão contra os trabalhadores da educação, que deixou vários feridos.

Os professores e educadores de Minas, porém, não recuaram. Uma assembleia marcada para o próximo dia 27, terça-feira, define os rumos do movimento.

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