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segunda-feira, 25 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Um ano depois... o que mudou na educação pública? - Amanda Gurgel
Há
um ano, no dia 10 de maio de 2011, fui a uma audiência pública na
Assembleia Legislativa, que tinha como tema “O cenário da Educação no
Rio Grande do Norte”. Assim que cheguei, soube que havia espaço para
alguns de nós, após a fala d@s ilustres convidad@s. Então, tratei de
garantir a minha fala naquela ocasião em que tod@s @s responsáveis pela
educação estavam presentes.
No
começo, estava insegura, pois não tinha me preparado e cheguei a pensar
em desistir. Mas quando percebi que deputad@s, promotora e secretári@s
falavam, falavam, e não diziam nada sobre o tal do cenário da educação,
percebi que o mínimo que eu dissesse sobre a nossa realidade estaria
mais adequado do que a coletânea de números e frases prontas derramadas
ali. Confesso que estava incomodada com todo aquele faz de conta, mas a
gota d'água foi a infelicidade da secretária de educação, Betânia
Ramalho, ao dizer que não ia falar sobre os problemas da educação porque
isso “todo mundo já sabe”. Aquilo passou dos limites. Poxa! Estávamos
numa greve com adesão de 90% d@s trabalhadores (as) em educação do
estado, e a responsável pelas negociações foi ali dizer que nós não
precisávamos falar sobre problemas?! Como pode?!
Mesmo
que eu não quisesse, era obrigação falar sobre “o cenário da educação
no RN” do ponto de vista de quem vive e constrói a educação, e não do
ponto de quem a destrói, para depois maquiá-la com frases de efeito
retiradas de compêndios pedagógicos e administrativos. De fato, todo
mundo já conhece as muitas faces do caos da educação, inclusive a
secretária. Mas não é por isso que vamos deixar de falar da nossa
correria de uma escola para outra, dos nossos salários vergonhosos, das
dificuldades para lecionar em salas quentes e “populosas”, da falta de
material pedagógico, da falta de formação para @s profissionais das
escolas...
Não
deu outra: falei. Mesmo imaginando que ali ninguém estava interessado
em saber da vida real, pois eles vivem mesmo como em contos de fadas.
Não disse nada de extraordinário. Apenas a realidade, o “que todo mundo
já sabe”. Acontece que o vídeo foi parar na internet, visto mais de 2
milhões de vezes, e acordou algo que estava adormecido. As pessoas se
indignaram ao constatar que o cenário da educação aqui era, na verdade, o
cenário da educação no Brasil.
A
repercussão foi inacreditável. Na época, todo jornalista queria saber o
que tinha mudado na minha vida após o vídeo. Não mudou nada. Porém,
acho importante fazermos outra pergunta: “após um ano, o que mudou na
Educação?”. A resposta, eu sei, está na ponta da língua e é a mesma de
Norte a Sul: “infelizmente, nada!”. Já aqui, em terras potiguares,
algumas coisas mudaram... para pior.
A
novidade aqui é que a promotora da educação ficou zangada com o meu
atrevimento em dizer que professores comem o cuscuz da merenda e fez uma
força-tarefa de fiscalização do cuscuz. Até gente de Brasília (pasmem!)
veio aqui saber que história era essa. A pressão foi tanta que hoje, em
nenhuma (ou quase nenhuma) escola de Natal, @s diretores(as) se
arriscam a dar um prato a seus colegas. Isso mesmo! O cuscuz, que antes
era alegado, hoje é negado!
Na
rede municipal, a novidade é que a prefeita Micarla de Sousa (PV) achou
que @s professores (as) estavam exigindo muito: formação continuada,
piso nacional, aplicação de 1/3 de hora-atividade... E tratou de nos
mostrar que tinha gente querendo o nosso emprego. Agora, aqui na
capital, basta ser indicado e ter concluído o Ensino Médio para ser
contratad@, via empresas terceirizadas, para assumir uma sala de aula do
Ensino Fundamental I. E não se incomodar em receber um salário mínimo.
Para este caso, a promotoria não organizou força-tarefa.
Como
se vê, a educação não passou a ser prioridade, nem aqui no Rio Grande
do Norte, nem em nenhum estado. O desrespeito a professores (as) e
alun@s é o mesmo. É como se o nosso drama fosse algo invisível. Continua
existindo a ideia de que o caos na educação é uma fatalidade, que não
pode ser transformado, que é algo normal.
Nosso
piso nacional – o mínimo – ainda não é pago em 15 estados! O nosso
salário continua uma miséria, e nós temos que pular de escola em escola
para multiplicá-lo. Enquanto isso, governantes, vereadores (as) e
deputad@s se fingem de ceg@s, surd@s e mud@s. Quando falam, é para nos
culpar pela crise, ou para nos pedir paciência e tolerância.
Nesse
cenário de abandono, indiferença e até crueldade, é importante lembrar
que uma oportunidade está indo embora. O Plano Nacional de Educação
(PNE), que ainda está sendo discutido no Congresso Nacional, poderia
aumentar os investimentos na área e melhorar as condições para
trabalhadores (as) e alun@s. Hoje o investimento em educação se limita a
cerca de 5% do que o país produz, do PIB. Precisaríamos de pelo menos
10% do PIB para que a situação começasse a mudar. Mas, infelizmente, o
governo não promove nem essa mudança básica. Se pensarmos que 23% do PIB
é destinado ao pagamento de juros da dívida pública, podemos ver quais
são as prioridades dele.
Por
outro lado, posso dizer que uma coisa mudou para melhor depois daquele
dia: nossa disposição de luta. O vídeo teve um efeito importante nas
escolas, entre professores (as), funcionári@s e mesmo entre @s alun@s.
Entre nós, agora repetimos: “Não dá, não posso, não tenho condições!”. E
não temos mesmo. Não temos condições de aceitar isso.
No
ano passado, milhares de professores, em quase todo o país, disseram
que não tinham mais condições. Levantaram a cabeça e pararam as aulas,
dando uma lição diferente. Foram greves fortíssimas, com entusiasmo.
Tenho orgulho de ser parte disso. Fico feliz quando alguém me diz que
minha fala no vídeo lhe inspirou a fazer alguma coisa, a lutar...
Isso,
sim, mudou. Pode parecer pouco, mas não é. Nunca tive a ilusão de que
os governos, por boa vontade, iriam melhorar a situação das escolas,
nossos salários, ou nossas condições de vida e trabalho. Sempre soube
que não dava para ficar esperando, que a mudança teria que partir da
nossa força, da nossa luta e união.
Essa
pode parecer uma mudança pequena, mas para mim foi a mais importante.
Saber que podemos, sim, pedir a palavra, nos unir aos alun@s, aos pais e
mães deles (as) e a tod@s que acreditem que não existe uma sociedade
minimamente digna sem educação, para exigir uma mudança fundamental para
o futuro das gerações educadas por nós. Enfim, nesse ano, os governos
não mudaram de atitude. Mas nós mudamos. E isso faz toda a diferença.
terça-feira, 19 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
HÁ 1 ANO INICIAVA-SE A MAIOR GREVE DA HISTORIA DA EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
Há um
ano atrás, no dia 08 de junho de 2011, iniciava-se a maior greve da
história do SindUTE-MG, 112 dias de muita luta. Os trabalhadores em
educação das Minas Gerais, conscientes de que a Greve era justa e
necessária decidiram, nesse dia, fazer o maior enfrentamento que um
governo mineiro já teve. Dizendo um grande não à politica do
Subsidio, que destrói nossa carreira e pela implementação imediata
da lei do piso para uma jornada de 24 horas de trabalho.
A
greve de Minas Gerais fez parte de um grande cenário de lutas na
educação que varreu todo o país. Foram mais de 20 Greves estaduais
e dezenas de greves nas redes municipais. Todas elas pelas mesmas
revindicações, piso e carreira.
Muitos
foram os momentos difíceis, grandes foram as alegrias. Momentos
difíceis pelos ataques desferidos pelo nosso maior inimigo:
Anastasia, como o corte de ponto, o uso da mídia, as ameaças de
punição, a contratação de professores substitutos para os
trabalhadores em Greve.
Muitas
foram alegrias por estarmos juntos nas assembleias, passeatas,
manifestações, comungando da mesma certeza: a da coragem de lutar
por nossos direitos.
Temos
que destacar o protagonismo dos trabalhadores que cassaram Anastasia
e Gazola em todos os cantos do Estado, acamparam na assembleia
legislativa e se acorrentaram tanto em frente ao palácio da
liberdade e dentro da ALMG, exigindo a abertura imediata das
negociações, e também a greve de fome. Tudo isto proporcionou o
maior desgaste que o o projeto do PSDB em Minas, com Aécio e
Anastasia já enfrentaram. Conseguimos nesta Greve desmascarar este
projeto e o choque de gestão. Demonstrando para o Brasil e o Mundo
que em Minas Gerais a Educação vai mal, que o Choque de Gestão é
uma farsa e que em Minas não se respira liberdade.
Infelizmente
o Governo Dilma se calou frente a nossa greve e a de outros estados.
Não exigindo que os governos cumprissem imediatamente a lei federal
aprovada. E pior, o Ministro da Educação Fernando Haddad, atual pré
candidato a prefeito de São Paulo pelo PT, deu total apoio a
politica do governo do PSDB mineiro de contratar professores
substitutos, o que fortaleceu o governo aqui.
A lei
do piso nacional se demonstrou uma grande armadilha para nós, já
que está lei é para uma jornada de 40 horas de trabalho, os valores
são bem abaixo daquele que de fato merecemos e revindicamos e o pior
a lei não impõe punições àqueles governos que descumprirem a
lei. Por isto temos que exigir um piso que de fato nos atenda e
aqueles que a descumprirem sejam punidos exemplarmente.
Não
conseguimos alcançar o objetivo de derrotar o subsidio. Porém não
podemos nos calar e nos desorganizar.
Ficou
a lição de que temos que unificar as nossas lutas para podermos
derrotar os governos que teimam em retirar nossos direitos. Temos que
aprender com esta lição e neste ano temos que nos reorganizar e
discutir com toda a categoria para que possamos nos fortalecer.
Hoje,
um ano após o início dessa luta histórica não poderíamos deixar
passar em branco essa data. Relembrar nossas lutas é manter vivo na
memória que fazemos parte, primeiramente, de uma classe que
necessita lutar sempre, contra seus exploradores em unidade com todos
os trabalhadores, por sua emancipação e, em busca cotidiana de
vencer os desafios que a falta de valorização da educação nos
causa.
VIVA
A LUTA DOS EDUCADORES MINEIROS!
VIVA
A LUTA DOS EDUCADORES DE TODO O BRASIL!
VIVA
A LUTA DA CLASSE TRABALHADORA DE TODO O MUNDO!
sábado, 9 de junho de 2012
APOSENTADOS SIM, INATIVOS NUNCA!
Após
25, 30, 35 anos de dedicação à educação de crianças e jovens
mineiros, o tratamento dado pelo governo estadual aos educadores
aposentados é o de total descaso. A política neoliberal do governo,
que tem como preocupação central manter os lucros da empresas e
financeiras nacionais e internacionais, trata os servidores
aposentados como se fossem um fardo, um peso a ser carregado e o
governo tenta, o tempo todo, livrar-se desse peso arrochando os
salários e retirando direitos, como no caso da lei do subsídio que
“sumiu”com o tempo de serviço dos trabalhadores em educação.
O
governador Anastasia tentou justificar esse ataque dizendo que o
“sistema não estava atualizado” e que estava providenciando a
correção para o 2º semestre. Ora, como não estavam atualizados
dados de servidores aposentados há anos? Onde estão os documentos
enviados à Seplag para a concessão das aposentadorias? Quando será
paga a diferença salarial do período que recebemos a menos?
Está
claro que essa é mais uma forma de ataque e de redução salarial
que atinge todos os educadores mas, mais intensamente os
aposentados. Com esse subterfúgio, de diminuição da letra (grau),
o governo paga um salário menor do que pagaria se tivesse
posicionado todos na letra correspondente ao tempo de serviço de
cada um e os aposentado são os que mais perdem pois já estavam na
última letra da carreira e foram posicionados em letras bem abaixo
ocasionando, assim, uma perda salarial para os trabalhadores e uma
economia para os cofres do governo.
POLÍTICA
EMPRESARIAL NA EDUCAÇÃO TRAZ ARROCHO SALARIAL AOS APOSENTADOS
As
perdas salariais dos aposentados são ainda maiores por causa da
implantação da política governamental de gestão empresarial na
educação.
Uma
das facetas mais nefasta dessa política é adoção de prêmio de
produtividade, que não atinge os aposentados, ao invés de reajuste
salarial decente.
SÓ
A UNIDADE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PODE BARRAR ESSES ATAQUES
Para
barrar esses ataques e obrigar Anastasia a voltar atrás dessa
política de arrocho salarial e de retirada de direitos é necessária
a construção da unidade de toda a categoria. Ativos e
aposentados juntos para forçar Anastasia a reposicionar, já, de
acordo com o tempo de serviço e pagamento, já, da diferença
salarial.
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