quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ANASTASIA DESCUMPRE ACORDO E QUER MANTER O SUBSIDIO

Após 112 dias de greve dos profissionais da rede estadual de ensino do Estado de Minas Gerais, o dia de ontem, 21/11, ficará marcado na política mineira como dia da DESMORALIZAÇÃO DO SENHOR GOVERNADOR ANASTASIA, do seu partido PSDB e de toda sua base aliada da Assembleia Legislativa. Não há de se ter, no sentido mais profundo da palavra, nenhuma credibilidade neste governo, pois seu caráter político caiu por terra. E o que sobra é a imagem de um canastrão que se sustenta numa cúpula inescrupulosa que se armam até os dentes contra os trabalhadores. E a Assembleia Legislativa protagonizará no dia 23/11, sob forte segurança policial o impiedoso golpe aos trabalhadores em educação no Estado de Minas Gerais.

Ontem, dia 22/11, a categoria dos professores que reivindicavam, no movimento de greve, qualidade da educação e a imediata implementação do PISO SALARIAL NACIONAL receberam como resposta do governo a notícia da votação na Assembleia Legislativa, no dia 23/11, do “novo” salário da categoria. A notícia abalou não só pelo repúdio a “nova” forma de remuneração, que na análise dos educadores não passa da mesma proposta do subsídio que estabelece o fim da carreira, mas antes e, sobretudo, pelo descumprimento de todos os acordos firmados entre governo e sindicato para finalização da greve.

Nesta proposta é excluído o PISO SALARIAL NACIONAL em detrimento de um TOTAL REMUNERATÓRIO. Ou seja, soma-se o piso com todas as gratificações e vantagens adquiridas ao longo da vida e o transforma num total remuneratório. Permitindo com isso o fim da carreira. Na mesma lógica, a promoção de um nível para outro cairia de 22% para 10% e a progressão de 3% para 2,5%. A novidade da lei é seu caráter compulsório, ou seja, a lei é para todos, não importando a escolha feita pelos profissionais da educação, se lei do piso ou subsídio. Vejam que o governador sem nenhum pudor passa por cima de 153 mil profissionais da educação que legitimaram suas saídas do subsídio para o PISO SALARIAL NACIONAL

O momento é muito delicado, pois estamos lidando com uma quadrilha de políticos sustentados e articulados num projeto econômico-político-social nefasto para classe trabalhadora. Não é a toa que no Brasil e no mundo os movimentos na luta por investimento na educação pública tomaram as ruas. Tem sido multidão de pessoas entendendo o projeto de sucateamento implementado pelos projetos burguês contra a classe trabalhadora. Os profissionais da educação no Rio Grande do Sul governado pelo PT na pessoa de Tarso Genro acabaram de deflagrar greve a partir desta segunda, dia 21/11. Estamos falando, portanto, de um movimento pela educação que tomou proporções nacionais e internacionais, como exemplo a luta dos estudantes do Chile.

A greve dos profissionais da educação no RS não é qualquer coisa, afinal estamos falando de Tarso Genro (PT) que é considerado o "pai" do piso nacional dos educadores (o piso foi aprovado quando ele era ministro da Educação). Prometeu em campanha cumprir a lei e pagar este direito dos trabalhadores. Acontece que se passaram praticamente 12 meses da posse e o governo, ao contrário das promessas, não só não pagou e não diz como o fará. A política golpista contra os educadores é uma realidade em todo Brasil, portanto é uma política que vai do PT ao PSDB e vice-versa. Outra prova disso é a cumplicidade da presidenta Dilma (PT) no descaso com a educação pública. Ou seja, o projeto de devastação da educação é uma política bem arquitetada pelos projetos neoliberais.

A crise econômica mundial do capitalismo criada pelas elites burguesas vem sendo denunciada em todo mundo através das lutas protagonizadas pela classe trabalhadora, a exemplo do que está acontecendo nos países árabes, a exemplo do que aconteceu no Brasil. E os profissionais da educação em todo país fizeram seus levantes denunciando o caos da educação pública no Brasil. O golpe político deferido pelo governador Anastasia, Dilma e Cia nos ajudará a caracterizar e tirar melhor política de como nos relacionar a partir de agora com esses governos. E o SIND-UTE, CNTE tem a responsabilidade da construção política deste movimento daqui para frente, onde teremos que ousar na luta e vencer a batalha. O povo árabe tem ensinado ao mundo como lidar com ditadores. Neste sentido, a campanha dos 10% do PIB já para educação é uma necessidade política e o levante nacional dos educadores se coloca também como uma necessidade inadiável.



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