quarta-feira, 28 de setembro de 2011

112 DIAS DE UMA GREVE HERÓICA

Depois de 112 dias de uma greve heroica os trabalhadores em educação decidiram em assembleia na noite de ontem suspender a greve e aceitar a proposta apresentada pelo governo do estado.

Pelo acordo, o governo reconhece o direito do Piso ser aplicado de acordo com a progressão na carreira; se compromete a pagar o piso de forma escalonada de 2012 a 2015, segundo proposta a ser elaborada por comissão composta por governo, parlamentares e sindicato; suspende as demissões a partir de hoje e revoga as punições anteriores; anistia os grevistas; além de realizar pagamento imediato de salários e abrir negociação sobre o desconto dos dias parados.

A avaliação da categoria foi que estes pontos não contemplam todas as reivindicações pelas quais a greve foi iniciada, mas é uma grande vitória, considerando a dureza do governo, o desgaste de 112 dias de greve e as demissões de designados que já haviam se iniciado.

O PSTU acredita que foi correta a suspensão da greve nestas condições, pois é o que permite algumas conquistas parciais, além de manter a categoria organizada e unida, pronta para outras batalhas que certamente virão.

Acreditamos que a greve foi um exemplo para a própria categoria, pois os que fizeram a greve podem agora demonstrar aos demais de que ela era justa e que poderia alcançar vitórias.

Foi um exemplo para a classe trabalhadora, pois demonstra que é possível lutar e é possível vencer, em especial neste momento em que outras categorias como trabalhadores dos correios e bancários estão em greve.

E um exemplo para toda a sociedade, pois chama atenção para a necessidade de valorizar os professores, e portanto toda a educação no Brasil, com aumento dos investimentos para 10% do PIB já - necessidade que é negada por ANASTASIA e pelos demais governos de plantão.

A greve foi importante também porque desmascarou o governo Anastásia, mostrando para os trabalhadores e a população mineiros e de todo o Brasil que o governo Anastásia é inimigo da educação e dos trabalhadores.

Em relação ao governo federal, a greve também demonstrou grandes problemas. A própria lei do piso do governo é ruim, pois abre brechas para que os governos estaduais a questionem e não implementem o piso, ou implementem de forma distorcida.

O governo federal se recusou a intervir em Minas Gerais, para obrigar Anastásia a cumprir o piso. O Ministro da Educação Fernando Haddad apoiou o governo do estado na contratação de substitutos aos grevistas, o que enfraqueceu a greve naquele momento.

Por isso, a greve mostrou que não é possível acreditar que Dilma esteja do lado dos trabalhadores, como em vários momentos a direção do sindicato chegou a acreditar.

O MEL e a CSP-CONLUTAS parabenizam os educadores pela greve histórica, e conclama a todos a seguirmos organizados e unidos para os próximos desafios: o desafio de reverter as contratações de substitutos dentro das escolas; o desafio de manter o estado de greve com assembleia dia 8/10 para que a negociação com o governo avance e seja cumprida.


VEJA VÍDEO DA ASSEMBLEIA FINAL DA GREVE EM:




Belo Horizonte, 28 de Setembro de 2011.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

10%DO PIB JÁ PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA!

 
 
Atendendo ao chamado da professora Amanda Gurgel (vídeo abaixo), a CSP-ConlutasMG, O Sindirede, a ANEL, O ANDES, DCEs da UFMG, O PSOL e outras entidades constroem o Comitê Mineiro dos 10% do PIB Já para a Educação Pública. A primeira reunião ocorreu no Sindrede na noite de segunda feira (dia 12 de setembro). 
As entidades, entre outros encaminhamentos, definiram um seminário de formação sobre financiamento da Educação que irá acontecer no dia 19 de setembro, no próprio sindicato, às 19 horas. Na mesa o palestrante, prof. Cláudio Tonegutti, da coordenação do GTPE do ANDES-SN. É muito importante que todos os sindicatos e movimentos sociais filiados a CSP-Conlutas participem e divulguem esta importante campanha, que terá culminância com uma aula pública em Belo Horizonte no lançamento da Campanha dos 10% do PIB Já para a Educação Pública. Provavelmente no mês de outubro.

PARTICIPEM!
 
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TROPA DE CHOQUE AMEAÇA INVADIR ALMG (NESTE MOMENTO!!!)

TROPA DE CHOQUE AMEAÇA INVADIR ALMG (NESTE MOMENTO!!!)

NESTE MOMENTO ESTÁ HAVENDO UMA MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES EM GREVE NA ALMG.

OS PROFESSORES DECIDIRAM OCUPAR O PLENÁRIO DA ASSEMBLÉIA DE HOJE PARA AMANHÃ, QUANDO ACONTECERÁ A ASSEMBLÉIA DA CATEGORIA.
...
A TROPA DE CHOQUE ESTÁ AMEAÇANDO INVAIDR A ASSEMBLÉIA NESTE MOMENTO, O QUE PODE FERIR DEZENAS DE MANIFESTANTES.

DIVULGUE ESTA MENSAGEM EXIGINDO QUE A TROPA DE CHOQUE NÃO INVADA A ALMG.

NÃO À INVASÃO DA TROPA DE CHOQUE NA ALMG!
TODO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇAO!

Professora dá depoimento de como foi coagida na ALMG

Professora Indignada Apoia Greve dos Professores MG

domingo, 25 de setembro de 2011

Reflexões deste dia da greve

Texto de uma professora que visitou o acampamento dos trabalhadores em Greve na ALMG. Ela pediu para que fosse divulgado em todos os cantos.

Texto de Geni Nogueira 24/09/2011

Puxa! A vigília dos professores está acontecendo na ala externa da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, desde terça feira, como decisão na Assembléia da categoria. Muitos professores por lá passam ficam por algumas horas, outros lá permanecem inclusive dormindo no desconforto. 

Imaginem que fizeram as colocações das barracas, muitas emprestadas, formando ruas e deram nomes como Rua dos Resistentes, rua dos sem piso, rua dos sem salário, Alameda do Piso Salarial, e outros mais. Criatividade é o que não falta.

Recebem muito apoio, inclusive na alimentação, por exemplo um monsenhor levou frutas. O forte mesmo são as quentinhas que foram encomendadas pelo sindicato, e chegam no horário do almoço e do jantar.

Esta situação passará sabemos disso, mas precisar chegar a este ponto os professores de Minas Gerais, estado tão rico! Para fazer valer a lei do piso salarial!

Pior são os dois colegas que estão em greve de fome, e estão dando mostras de abatimento, quem vê fica penalizado(a), estão sim assistidos por médicos, mas estão usando deste ultimo recurso para que abram negociação. É um governo insensível, e seus apoiadores. Querem votar um projeto de subsídio que acaba com nossa carreira. Não nos interessa.

Quando vejo tanta insensibilidade fico lembrando do livro que a pouco li “mentes doentias”, Mas considero que já somos vitoriosos(as) nesta luta, mostramos o caráter dos que estão no poder, e com chance de mudar este triste cenário.

O povo mineiro sabe que a valorização do professor(a) tem que acontecer. Lembramos do telefonema do Senhor Aécio Neves em nossa casa pedindo gentilmente um voto de confiança no seu candidato Sr. Anastasia. Falava da esperança e do comprometimento com a educação.

O Senador Aécio Neves deveria vir à cena, ele fez uma promessa enganosa, ele é o responsável pela carreira política deste truculento governador. Tem que sair da sua quietude tem que se posicionar. Os seus eleitores não podem esquecer da sua fala de sedução para este hoje governador, como sendo pessoa merecedora do voto. Puxa! Quanta enganação. E quer o Sr. Aécio ser presidente do país, não podemos esquecer este fato.

Trabalhadores em educação se manifestam na Feira Hippie

Na manhã deste domingo (25) dezenas de trabalhadores em educação da rede estadual fizeram uma exitosa panfletagem na Feira Hippie, no centro de Belo Horizonte. A atividade contou com o apoio do Movimento Educação em Luta (MEL), da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL) e da Central Sindical e Popular Conlutas. Os manifestantes denunciaram a intransigência do Governo Anastasia, que segue impedindo qualquer tipo de negociação, mesmo após o acampamento dos grevistas na Assembleia Legistiva, que tem reunido muitos trabalhadores e apoiadores do movimento e onde dois ativistas estão em greve de fome desde a última segunda-feira.

Na panfletagem, foi evidente o sentimento de apoio à greve pela população, que está indignada com o Governo Anastasia e a forma ditatorial e irresponsável com que vem tratando a educação pública em Minas. Muitos transeuntes pararam para conversar com os educadores e se adesivaram em apoio à greve, revoltados com a penosa situação dos trabalhadores da rede estadual.

Após a panfletagem, os educadores voltaram ao acampamento na ALMG para almoçar e prosseguir a vigília contra a votação arbitrária do pacote de Anastasia, que pretende destruir o plano de carreira da categoria e fixar um salário base medíocre de R$ 712,00, independente da formação acadêmica.

NA MARCHA NACIONAL PELA EDUCAÇÃO, CHILENOS APOIAM A NOSSA LUTA





A nossa Greve rompe as fronteiras nacionais e chega ao Chile, onde a juventude e os trabalhadores que marcham em defesa da educação carregam cartazes em apoio a Greve de Minas Gerais. A mascará de Anastasia caiu não só no Brasil mas no Mundo.

E a luta em defesa da Educação ganha força internacional. Neste momento os professores de Madrid estão em Greve contra os cortes na Educação feitos pelo governo Zapatero, para fazer os trabalhadores pagarem pela crise econômica.

sábado, 24 de setembro de 2011

MG: Greve de professores resiste à intransigência do governo e retaliação da Justiça

A Greve dos trabalhadores em Educação de MG continua.
O Governo diz que a Greve acaboue as escolas já funcionam normalmente. Nossa resposta é que temos que resistir aos ataques de Anastasia e encher a próxima assembleia.
Não podemos ceder aos ataques do governo estadual. O Governo Dilma deve intervir imediatamente em Minas e fazer com que Anastasia aplique o piso e garanta a nossa carreira.

TODOS A ASSEMBLEIA DO DIA 26 DE SETEMBRO

A matéria abaixo foi retirada do site do PSTU


Educadores está há mais de três meses em greve, exigindo a aplicação do piso nacional


Da redação



Professores mineiros em greve resistem

• Nesse dia 23 de setembro a greve dos profissionais de educação da rede estadual de Minas Gerais completava 108 dias. Os professores e demais profissionais da rede pública se aproximam do quarto mês de paralisação enfrentando a dura intransigência do governo de Antonio Anastasia (PSDB), a repressão policial e a retaliação da Justiça, que declarou a greve ilegal no último dia 16.

Os professores, por sua vez, exigem simplesmente o cumprimento da lei: a implementação do piso nacional aprovado em 2008 e até hoje descumprido pelo governo estadual, de R$ 1597. No estado de Minas, o menor salário, bruto, é de apenas R$ 369. A remuneração sobe 3% a cada grau na carreira e 22% por titulação. A categoria é composta por algo como 300 mil trabalhadores.

Intransigência
Além de se recusar a negociar, Anastasia enviou à Assembleia Legislativa, no dia 21, um projeto de lei em caráter emergencial que mantém o piso no estado abaixo do piso nacional, perpetuando sua atual política de subsídios (sem incorporação) e ainda passando por cima do Plano de Carreira da categoria.

O governador ainda ameaçou demitir todos os contratados que insistirem na greve, dando o prazo para voltarem até esse dia 23. Os trabalhadores, porém, não se intimidam e continuam de braços cruzados. Eles mantêm ainda um acampamento em frente à Assembleia, apesar da presença constante e intimidatória do Batalhão de Choque. Um professor e uma professora estão em greve de fome desde o dia 19, exigindo que o governo abra negociações com a categoria.

“Estamos num momento muito difícil, em que enfrentamos a dura intransigência do governo e uma pressão brutal, agora é tudo ou nada” , afirma Gustavo Olímpio, membro do Movimento Educação em Luta, ligado à CSP-Conlutas. Apesar da base da categoria já sentir os efeitos do desgaste de uma greve longa e de um governo autoritário, os trabalhadores mobilizados ainda acreditam que é possível vencer.

“A presidente Dilma, que esteve aqui na inauguração do relógio da Copa, quando fomos brutalmente reprimidos pela polícia, não tomou nenhuma medida para dar uma solução à nossa greve, apesar dela dizer que intermediaria uma negociação” , afirma Olímpio, que exige uma intervenção do Governo Federal para fazer com que o governo Anastasia cumpra a lei. Exigência que deveria ser encampada pela direção do sindicato, o Sind-UTE, que prefere poupar o governo Dilma.

Vários setores organizavam para esse dia 24 uma marcha exigindo ‘Fora Lacerda’, pelo impeachment do atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). O prefeito é acusado de impor uma política higienista na cidade através da Guarda Municipal, além de uma série de irregularidades na prefeitura da capital mineira. Os educadores do estado participarão do ato, incorporando também o ‘Fora Anastasia’.



Repressão
No último dia 16 os professores foram vítimas da polícia de Anastasia. Enquanto os educadores completavam 101 dias de greve, o governador chamava a imprensa para inaugurar o relógio que registraria a passagem de mil dias para o início da Copa do Mundo. Os professores e educadores em greve aproveitaram para lembrar o governador o tempo em que já estavam parados, sem que ele se dispusesse a negociar.

Um grupo de professores chegou a se acorrentar na Praça da Liberdade para chamar a atenção para os problemas da categoria e da educação no estado, aproveitando a presença da presidente Dilma. A manifestação contou com cerca de 8 mil professores. O governador, além de não se sensibilizar com o protesto, mandou a polícia reprimir brutalmente o ato.

Balas de borracha, cassetetes e spray de pimenta foram utilizados na repressão contra os trabalhadores da educação, que deixou vários feridos.

Os professores e educadores de Minas, porém, não recuaram. Uma assembleia marcada para o próximo dia 27, terça-feira, define os rumos do movimento.

REUNIÃO PARA ORGANIZAÇÃO DA CAMPANHA PELA APLICAÇÃO DOS 10% DO PIB NA EDUCAÇÃO PUBLICA

10% do PIB para a Educação Pública Já!
A educação é um direito fundamental de todas as pessoas. Possibilita maior protagonismo no campo da cultura, da arte, da ciência e da tecnologia, fomenta a imaginação criadora e, por isso, amplia a consciência social comprometida com as transformações sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a luta dos trabalhadores na constituinte buscou assegurá-la como “direito de todos e dever do Estado”.

No entanto, o Estado brasileiro, por expressar os interesses dos “donos do poder”, não cumpre sua obrigação Constitucional. O Brasil ostenta nesse início de século XXI, se comparado com outros países, incluindo vizinhos de América Latina, uma situação educacional inaceitável: mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população - alijada de escolarização mínima. Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior – estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia.

Por esta razão estamos propondo a todas as organizações dos trabalhadores, a todos os setores sociais organizados, a todos (as) os (as) interessados (as) em fazer avançar a educação no Brasil, a que somemos força na realização de uma ampla campanha nacional em defesa da aplicação imediata de 10% do PIB nacional na educação pública. Assim poderíamos levar este debate a cada local de trabalho, a cada escola, a cada cidade e comunidade deste país, debater o tema com a população. Nossa proposta é, inclusive, promover um plebiscito popular, para que a população possa se posicionar. E dessa forma aumentar a pressão sobre as autoridades a quem cabe decidir sobre esta questão. 

Estamos convocando sindicatos, movimentos sociais, estudantes para a próxima reunião do Comitê a se realizar dia 26 de setembro de 2011 às 18h00min horas no Sind-Rede/BH na Av. Amazonas (Edifício Dantês), nº491 sala 1009, para continuarmos a discussão sobre a Campanha pelos 10% do PIB JÁ para Educação Pública! E encaminharmos a organização do plebiscito, além do lançamento da campanha.

PARTICIPEM!
Dia 26 de Setembro de 2011
18:00 horas
Local: Sind-Rede/BH
Endereço: Av. Amazonas, 491 – sala 1009 – 10º andar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

GREVE CONTINUA E COMPLETA 106 DIAS



Os trabalhadores em educação decidiram que vão continuar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (20), durante assembleia da categoria realizada no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A decisão se deve à negativa do governador Anastasia em negociar com o movimento, já que o governo enviou projeto de lei com a nova remuneração da categoria para votação na ALMG à revelia dos trabalhadores. Os professores vão se reunir novamente na próxima terça-feira (27), às 13 horas.

Após a assembleia, um grupo de professores iniciou uma vigília na ALMG. A intenção deles é acompanhar e impedir que a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo seja aprovada pelos deputados.

O PSTU entende que a greve dos trabalhadores está em um momento decisivo. É preciso aumentar a pressão e as mobilizações em BH para forçar o governo a negociar. Além disso, é hora de unificar a luta com todas as categorias que estão em campanha salarial.

É GREVE, É GREVE, É GREVE, É GREVE, É GREVE, ATÉ QUE ANASTASIA PAGUE O PISO QUE NOS DEVE!




Greve Professores Minas Gerais e Copa do Mundo, por Cristovam Buarque

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RELÓGIOS EM TEMPOS OPOSTOS. 101 DIAS DE GREVE E 1000 DIAS PARA A COPA


Enquanto o salafrário do governador Anastasia, PSDB, inaugurava o relógio da copa, numa clara política do pão e circo para mídia divulgar, o outro lado, o relógio dos educadores estaduais em greve expressava os 101 dias da brava luta pela imediata implementação do PISO SALARIAL NACIONAL. Lei vigorada desde 2008 e, contraditoriamente, não aplicada nas “Minas que avança”.

Desde as seis horas da manhã, vários profissionais da educação se acorrentaram em frente o palácio da liberdade, na Praça da Liberdade para se contrapor ao tendencioso espetáculo da copa do mundo em detrimento aos caos implementados pelo governo neoliberal do PSDB contra a educação pública servida aos filhos dos trabalhadores. 

Desejávamos chamar à atenção da população para o problema da educação no Estado e o levante dos profissionais da educação que, não tendo outro caminho de diálogo para resolução do problema da implementação do PISO SALARIAL NACIONAL decidiram se acorrentar e denunciar o grave problema dos três meses da greve e o impasse do governo truculento de não negociar com a categoria para que a greve acabe e possamos retornar aos nossos trabalhos. 

Enquanto preparavam o espetáculo para um público seletivo, os professores acorrentados recebiam as mais variadas ameaça para desistirmos do nosso ato. Homens, fardas, cacetes, camburões, abusando de leis com suas poderosas credenciais faziam seus espetáculos à parte. Frente a frente com a polícia de choque, enquanto recebíamos ameaça de enfrentamento. Respondíamos com palavras de ordem “Anastasia, seu salafrário, subsídio não é salário!” ou “É osso! É osso! Ver a educação com a corrente no pescoço! 

As horas se passavam e os relógios se confrontavam. Espetáculo da copa de um lado e resistência dos trabalhadores em educação de outro. Os primeiros convidados chegaram por volta das 13h e eram nossos bravos companheiros que viriam se solidarizar a nossa luta e, como já sabíamos não eram convidados a entrar. “Ninguém mais entra, ninguém mais sai”. A força bruta da polícia militar se fez presente para barrar suas entradas na pça que contraditoriamente se chama Liberdade. Mesmo impedidos de entrar na pça somavam em coro conosco e nossas palavras de ordens.

Já a noite houve um acordo que saíssemos da praça e, em prol disso, o governo do Estado se comprometeria a adiar a votação do subsídio do dia 20/09 possibilitando abertura de negociação com o governo. A categoria aguardava os acorrentados com aplausos e as palavras de ordem se somavam num grande coro de solidariedade ao movimento. 

Enquanto o relógio da copa era inaugurado, o relógio dos trabalhadores em educação corria contra o tempo. Corria contra a truculência da polícia sobre os trabalhadores. Dois relógios, dos momentos completamente diferentes. Um, anunciava o arsenal de barulhos e foguetes coloridos pipocando no céu de anil. No outro pipocavam barulhos e fumaça das bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta e caos partindo em direção a multidão. O desespero tomou conta dos trabalhadores em educação e vários foram os ferido, enquanto isso o governador Anastasia e o prefeito Márcio Lacerda apareciam sorridentes nos meios de comunicação, sob a proteção dos seus fiéis escudeiros, a polícia militar e de choque.

O relógio da copa competirá com o relógio da memória de cada profissional da educação que estava naquele momento “histórico de grande repressão contra os trabalhadores da educação que estão lutando pela implementação de uma lei federal que o governo do truculento Anastasia se recusa a implementar. Mas não este feito do governador contra os trabalhadores de educação se revestirá de mais indignação e a necessidade de permanência na luta como forma de único caminho para as conquistas da classe trabalhadora. Continuaremos subversivos á ordem da burguesia e acreditando que só a luta é capaz de reverter este estado de coisa

domingo, 18 de setembro de 2011

POLICIA AGRIDE TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NA INAGURAÇÃO DO RELÓGIO DA COPA

Repúdio a Tropa de Choque da Policia Militar de Minas Gerais


briga entre professor e pmA Polícia Militar usou armas não-letais para conter os manifestantes (Foto: Pedro Triginelli/G1)Professor Flávio Martins ficou ferido no braçço durante o confronto (Foto: Pedro Triginelli/G1)
Professor Flávio Martins ficou ferido no braçço durante o confronto (Foto: Pedro Triginelli/G1A Polícia Militar usou armas não letais( mas que mata) para conter os manifestantes (Foto: Pedro Triginelli/G1

Polícia e professores grevistas entram em confronto na Praça da Liberdade


Durante a confusão, que ocorreu durante o lançamento do relógio regressivo dos mil dias para a Copa, tiros foram disparados e bombas foram lançadas

Renata Evangelista - Do Portal HD - 16/09/2011 - 21:35

LUCAS PRATES
briga entre professor e pm
Confusão teria começado depois que os manifestantes romperam a grade de proteção


Corre-corre, confusão e gritaria. Assim foi marcado a inauguração do relógio regressivo dos mil dias para a Copa do Mundo, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite desta sexta-feira (16). A polícia e os professores grevistas, que realizavam manifestação no local, entraram em confronto.


Durante a briga, tiros foram disparados e bombas de efeito mortal lançados contra a multidão. Diversos manifestantes, inclusive mulheres e idosos, foram atingidos. Segundo os grevistas, um professor foi cruelmente espancado e arrastado no piso grosso pelos militares. Ele teria sido socorrido e levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII em estado grave.


O tenente-coronel Alex Souza, do Batalhão de Eventos, admitiu que a situação fugiu do controle e, por isso, tiveram que usar a força. Conforme ele, a briga entre os PMs e os grevistas teve início após um PM jogar uma bomba de efeito moral em direção aos Professores. "Infelizmente tivemos que usar bomba de efeito moral e spray que causa cegueira para controlar a situação", contou o servidor público tenente-coronel.


No entanto, de acordo com os professores, a manifestação estava ocorrendo de forma pacífica quando alguns integrantes da categoria começaram a ser agredidos.


A professora Marta Reis, de 56 anos, que há 15 leciona biologia em uma escola pública, se revoltou com a situação, principalmente após ser atingida por uma bala de borracha na região da barriga. "Ninguém tinha agredido ninguém quando eles partiram para a truculência. Professor não é cachorro e merece respeito", disse.


"Estavamos apenas pedido o cumprimento da lei federal, que estabele um piso salarial para os professores, quando a polícia partiu para a violência", declarou o professor Cláudio Marques, de 39 anos. Ele confessou que adora dar aulas, mas que discorda da maneira como o Estado trata o profissional da educação, que nivela os salários excluíndo as especializações.


Segundo os grevistas, cerca de 8 mil professores participaram do ato. Mas balanço da polícia dava conta de que 2 mil manifestantes estavam no local.

Durante o ato, eles gritavam palavras de ordem como: "Abaixo a represão, polícia é pra ladrão" e "Não é mole não. Tem dinheiro pra Copa mas não tem pra educação".


Durante a solenidade de inauguração do relógio, estavam presentes o governador Antonio Augusto Anastasia, seu vice, Alberto Pinto Coelho, além do prefeito Marcio Lacerda, do Ministro dos Esportes, Orlando Silva, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, do secretário da Copa, Sérgio Barroso e do senador Aécio Neves.




Assistam os vídeos e fiquem sabendo quem são estes policiais Militares a serviço do Governador.


No vídeo da Tv alterosa


Minas Urgente


No vídeo, José Luiz Rodrigues, diretor do SINDUTE apresenta denúncias sobre a perseguição que vem sofrendo!



No vídeo, Beatriz Cerqueira, Coordenadora do SINDUTE apresenta denúncias sobre a perseguição que vem sofrendo!



No vídeo, o Deputado Rogério Correia apresenta denúncias sobre a perseguição que os sindicalistas vem sofrendo!



Greve dos professores continua e se torna a maior da história de Minas. Presidente do SindUte e seguida. Intimidação?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A GREVE CONTINUA. TODOS A ASSEMBLEIA NO DIA 20

O governo Anastasia mandou para a Assembleia Legislativa o pacote aplicando o piso de R$712,00 para toda a categoria sem distinção de grau ou nivel em que o professor está, aqueles que tem o salário base superior a este valor não terão nenhum tipo de reajuste. Com este pacotão o governo consolida a destruição de nossa carreira. Por isto a nossa tarefa é impedir a todo o custo a votação deste projeto.

Esta manobra somente foi possivel pelo fato de que a lei do piso abre brechas para o pagamento proporcional e não garante o pagamento a todos os trabalhadores em educação. Esta proposta consolida a destruição de nossa carreira. Não podemos permitir mais esta derrota. Temos que pressionar os deputados estaduais a não votarem em mais este golpe em nossa carreira. E somente com o fortalecimento de nossa greve poderemos barrar este projeto.

Lembramos que no ano passado o governo aproveitou o fim da greve para enviar a Assembléia Legislativa o projeto de lei do subsidio e este ano não podemos cair no mesmo erro.

Diversas atividades foram feitas nestes últimos dias que denunciaram esta posição do governo de se recusar a negociar com a categoria e mandar um projeto que não reconhece os direitos duramente conquistados.

Em BH dezenas de trabalhadores ficaram acorretados por 12 horas denunciando o descaso com a educação e dizendo que Minas está acorrentada ao menor piso do pais. Esta iniciativa foi muito importante e deve ser feita em todos os cantos do estado até que o governo atenda as nossas reivindicações.

Piso de R$1597,00 iá para 24 horas de trabalho, rumo ao piso do DIEESE!
Reconstrução de nossa Barreira!
Biênios e qüinqüênios para todos!
Revogação da Lei do Subsídio!
10% do PIB para a Educação Pública já!

TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO SE ACORRENTAM NA PRAÇA DA LIBERDADE

Trabalhadores Em Educação se Acorrentam na Praça da Liberdade.

Cerca de 30 trabalhadores em Educação se acorrentam na praça da Liberdade. Exigem do governo o pagamento do piso salarial associado a carreira. Hoje será feita inaugurado o relógio dos mil dias para a copa do mundo. E os trabalhadores em educação irão mostrar a sociedade o relógio dos 101 dias da nossa Greve. Nestes o governo se recusou a sentar com a categoria. E estamos acorrentados a uma proposta absurda.

O governo encaminhou ao legislativo um projeto de lei pagando o piso de R$ 712,00 mas não considera a carreira, o tempo de trabalho e a escolaridade do trabalhador. Com isto ele destroi a nossa carreira. O nosso plano de carreira, que Anastasia quer mudar, garante 3% a cada grau e 22% a cada nível, além das vantagens pessoais. Temos que garantir que esta carreira seja mantida.

A Presidenta Dilma estará em Minas Gerais para está inauguração. Ela passará pelas obras do mineirão, que deflagrou Greve ontem. Dilma tem que cobrar imediatamente o cumprimento da Lei Federal em Minas e todo o Brasil. Não é possível que uma Lei Federal não seja cumprida.

A nossa próxima assembleia será na Terça Feira dia 21 de setembro as 14 horas na Praça da Assembleia Legislativa.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Professores em greve se acorrentam a monumento no Centro de BH

Servidores da rede estadual prometem protesto até às 19h. Sindicato é contra a proposta apresentada pelo governo.
Professores acorrentados na Praça Sete. (Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo/AE)
Professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais fazem protesto nesta segunda-feira (12) na Região Central de Belo Horizonte. Um grupo, com correntes nas mãos e no pescoço, ocupou o Pirulito da Praça Sete, monumento no cruzamento das avenidas Amazonas e Afonso Pena. (Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo/AE)
 


Professores acorrentados na Praça Sete. (Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo/AE)
Os manifestantes prometem ficar acorrentados até às 19h em protesto por reajuste salarial. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado, o Sind-UTE, é contra a proposta de remuneração enviada pelo governo à Assembleia Legislativa, que oferece vencimento de R$ 712. A categoria pede R$ 1.597,87 para jornada de 24 horas semanais e Ensino Médio. (Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo/AE)


Professores acorrentados na Praça Sete. (Foto: Reprodução/TV Globo)
Educação. (Foto: Reprodução/TV Globo)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ENQUANTO O GOVERNO SE MOSTRA IRREDUTÍVEL EM NÃO CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO E A LEI, NÓS...


Por Walber Meirelles Ladeira*

O Governo de Minas Gerais, sob o comando de Antônio Anastasia do PSDB, se mostrou irredutível desde o início das negociações em março/abril de 2011. Muitas tentativas foram feitas para que o impasse fosse solucionado e nenhum sinal foi dado por parte do governo tucano.

Lembremo-nos da greve de 2010. Contrariado, o governador enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais a tentativa de destruição de nossa carreira que é o projeto de lei sobre o subsídio. Naquele momento, a ALMG já se mostrava fiel depositária dos interesses do executivo mineiro. A sua maioria esmagadora já fazia coro e aprovava a lei que destruia o já precário Plano de Carreira do magistério mineiro.

Tão grave como a subserviência do legislativo mineiro aos interesses de classe e ao executivo tucano, foi a propalada decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais de inconstitucionalidade da greve àquela época, obrigando o Sind-UTE/MG a pagar multa de R$30.000,00 (trinta mil reais) por dia não trabalhado.

Hoje o TJMG se mostra acima da Constituição Federal e autoriza a substituição de professores do 3º ano médio regular e dos 2º e 3º anos EJA médio. Os artigos 7º, 8º e 9º da CF/1988 foram desconsiderados sob a alegação da razoabilidade do interesse público.

Os desembargadores que julgaram as mais recentes decisões são ligados ao poder. Um deles é aparentado ao ex-governador Aécio Neves e o outro faz parte da família Andrada. Alguém tinha dúvida qual seria a decisão?

Mais uma vez, a classe dirigente elabora o controle dos cargos de direção. São eles que se indicam e se julgam. Para quem ainda não sabe, é o governador de Estado o responsável pela indicação para o Tribunal de Justiça, assim como é o presidente da república quem indica para o Supremo Tribunal Federal. Deputados indicam seus afilhados para cargos nos governos e a estes se submetem por tamanha relação promíscua.

É fato que o número de trabalhadores em greve chegou a um limite que não se amplia. Avalio que é sintomático o grande número de trabalhadores e trabalhadoras que solicitaram férias prêmio. Isso representa que os educadores estão cançados e muitos, inclusive arrependidos, pela escolha da profissão que não dá garantias a quem se dedicou anos a fio a uma carreira precarizada ao longo do tempo.

Demonstra o quanto de descrético dos governos à educação pública. Com um número elevado de profissionais em férias prêmio, cuja sua maioria é composta de potenciais grevistas, seriam outros os números da greve caso tais profissionais não estivessem gozando as merecidas férias. Já os atuais designados, em quase sua totalidade se mostram indiferentes ao movimento grevista.

Mais uma reflexão: o número de contratados é maior que o número de efetivos/efetivados? É evidente que muitos colegas efetivos ou efetivados também agem como se designados fossem. Na verdade, a baixa consciência de sujeitos históricos fazem deles presas fáceis de direções sedutoras, cujas práticas corriqueiras são as dos acordos espúrios.

As contradições são muitas. Em nossa categoria, muitos trabalham em outras redes, sejam elas particulares, estaduais ou municipais. Em algumas delas foram deflagradas greves e aí pasmem, prezados leitores, alguns colegas de trabalho decidiram que em uma faria greve e no Estado de Minas Gerais permaneceriam trabalhando.

Há casos de colegas que estão parados na rede municipal de Juiz de Fora e na rede estadual de MG continuam sem fazer um dia de greve! A justificativa é quase sempre a mesma: "Tenho que pagar o financiamento." O crédito veio para produzir uma nova sociabilidade!

Muitos não participam das Assembleias, dos debates sobre os rumos da educação pública, das atividades propostas pela direção do Sind-UTE Subsede Juiz de Fora ou da direção estadual. Parte não é filiada ao sindicato. Alguns, inclusive, vangloriam de suas virgindades à greve! Uma total falta de consciência política ou uma rebaixada crença nas liberdades individuais como princípio único de todas as coisas.

Oportunistas querem participar do bônus, nunca do ônus do movimento. Infelizmente, em nossa categoria, a chegada de perfis desse nível tem diminuído a consciência coletiva e a força de pressão política, dada a precária formação de alguns.

A greve se mostra fortalecida, mesmo que os números não sejam amplos, com uma vanguarda determinada para defender direitos, inclusive daqueles que se arvoram em dizer: "Graças a Deus eu nunca fiz greve e nunca vou fazer. Vocês sabiam quanto iriam receber, então por que estão em greve?" (Declaração de uma pretendende a designação de um cargo, cujo professor estava em greve na Escola Estadual Batista de Oliveira, em Juiz de Fora).

Nós já estamos vivendo a barbárie! É preciso responder a isso, antes que seja tarde demais. E assim vive o mundo precário da educação em Minas Gerais. Alguém discorda?

* Walber Meirelles Ladeira é membro da direção do Sind-UTE Subsede Juiz de Fora. Professor da Rede Estadual de MG, formado em Ciências Sociais pela UFJF. Especialista em Ciência da Religião pela UFJF e em Direitos Humanos pela PUC-Goiás.

domingo, 4 de setembro de 2011

MANIFESTO DOS PROFESSORES E PROFESSORAS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UFMG EM APOIO A GREVE DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DA REDE ESTADUAL DA EDUCAÇÃO

Como professores e professoras da Faculdade de Educação da UFMG, manifestamos nossa solidariedade com o movimento dos professores/professoras da Educação Básica do Estado de Minas Gerais.

Nas últimas décadas, a Faculdade de Educação e a UFMG como um todo têm contribuído junto com outros centros de formação para o aumento da qualificação docente, pedagógica, da educação básica. Entretanto, a qualidade dos postos de trabalho não melhorou no mesmo ritmo comprometendo a qualificação dos professores e a qualidade da educação. Estaríamos negando a função formadora da universidade se não apoiássemos as lutas legítimas dos professores por condições dignas e justas de exercer a formação recebida.

Entendemos que não falta qualificação profissional aos docentes, falta qualidade de condições de trabalho. Somos testemunhas, como professores da universidade, que não faltam por parte dos professores das escolas públicas esforços pessoais e coletivos por garantir seu direito à formação e por se qualificar em cursos de graduação, especialização, de pós-graduação e de formação continuada. Porém, a elevação de sua qualificação não tem correspondido à qualificação dos postos e das condições de trabalho e a correspondente elevação dos salários. Ainda, os professores da educação básica são aqueles pior remunerados entre os profissionais da administração pública, mesmo que possuam idênticos níveis de qualificação.

Defendemos como legítimas suas lutas por melhores condições de trabalho e por um piso salarial básico justo, conquistado como direito nacional e exigido por lei como obrigação do Estado e dos governos de cada ente federado.

Como professores da Faculdade de Educação da UFMG, reconhecemos a história de mais de 30 anos de luta do movimento docente por reconhecimento dos trabalhadores em educação como sujeito de direitos. A consciência de sermos trabalhadores em educação básica ou superior tem significado um avanço histórico para a docência e, particularmente, para a educação, que passamos a defender como um dos campos privilegiados de direitos, e não um território de favores e barganhas políticas.

Reconhecemos que este é um dos sentidos políticos das lutas históricas do movimento docente: avançar no reconhecimento da educação como campo de direitos e, consequentemente, exigir do Estado e dos governantes seu dever de implementar políticas públicas que garantam a educação como direito público. Reconhecemos o movimento docente como o sujeito político que mais tem contribuído pela afirmação de nosso sistema educacional público como garantia do direito à educação dos trabalhadores e dos setores populares. Esse movimento vem tornando o sistema escolar mais público. Espaço de direitos. Reconhecemos as lutas dos professores como parte das lutas históricas das famílias e dos movimentos sociais.

Contrapor o direito dos professores a trabalho digno e a um justo salário básico ao direito das famílias e dos seus filhos a uma educação de qualidade é uma irresponsabilidade política a ser denunciada. Em mais de 30 anos de luta, o movimento docente vem defendendo a educação como direito de todo cidadão e dever do Estado. São mais de três décadas de solidariedade política entre os professores, seu movimento docente e a diversidade de movimentos sociais que lutam por reconhecimento. Solidariedade constituída na luta para que o Estado cumpra seu dever público como Estado de direito.

A consciência do povo a seu direito à educação pública básica ou superior tem avançado de maneira mais rápida do que a consciência e a prática do Estado e dos governantes a cumprir seu dever público de construção de um sistema de educação. Estamos em tempos de avanço da consciência do direito à educação, terra, moradia, trabalho, justiça, igualdade. Conseqüentemente, estamos em tempos de solidariedade por pressionar o Estado, seus governantes para cumprir com urgência o seu dever de garantir essa pluralidade de direitos às famílias populares e aos trabalhadores.

As famílias populares sabem de seus esforços por garantir o direito de seus filhos à escola, à educação, ao conhecimento e à cultura. Lutam pela escola, mas sabem por experiência que a escola que tem direito exige o trabalho de profissionais em condições de cuidar, proteger, formar e tratar com dignidade seus filhos. As famílias populares construíram uma imagem positiva dos educadores e educadoras dos seus filhos. Os valorizam e com eles são solidários nas lutas por direitos pois sabem que professores quando negados em seus direitos não terão condições de garantir os direitos de seus filhos.

Ao longo das últimas décadas, foram sendo construídas novas solidariedades políticas entre o movimento docente, as comunidades de famílias populares e seus movimentos sociais em lutas comuns por direitos à escola, ao trabalho, à moradia, à terra, ao transporte.

Condenar os professores e seu movimento é uma forma de adiar seu reconhecimento como trabalhadores sujeitos de direitos, é negar a constituição de um Estado de direito e inviabilizar a conformação de nosso sistema educacional como espaço público.

Tentar contrapor o direito das famílias e seus filhos às legítimas lutas dos professores pela garantia de seus direitos é uma perversa e retrógrada estratégia que merece repúdio de quem defende o estado de direito.

Merecem repúdio as estratégias que pretendem quebrar essa solidariedade. Compromisso será reforçá-la. A sorte do direito popular à educação é inseparável da sorte, do avanço, da garantia de direitos dos trabalhadores à educação. Por essas lutas estamos solidários.

Assinam os seguintes professores e professoras da Faculdade de Educação da UFMG

Ademilson de Sousa Moraes
Adla Betsaida Martins Teixeira
Adriana Maria Cancella Duarte
Amarílis Coelho Coragem
Ana Lydia Bezerra Santiago
Ana Maria Rabelo Gomes
Andrea Moreno
Antônio Augusto Gomes Batista
Antonio Julio de Menezes Neto
Bernardo Jefferson Oliveira
Carlos Augusto Novais
Carlos Eduardo Mazzetto Silva
Carmem Lúcia Eiterer
Célia Abicalil Belmiro
Cláudio M. M. Nogueira
Conceição C. Xavier
Cynthia Greive Veiga
Daisy Moreira Cunha
Dalila Andrade Oliveira
Eduardo Fleury Mortimer
Elizabeth Guzzo de Almeida
Geraldo Magela Pereira Leão
Hormindo Pereira de Souza Júnior
Inês Assunção de Castro Teixeira
Isabel de Oliveira e Silva
Iza Rodrigues da Luz
José Raimundo Lisbôa da Costa
José Simões de Almeida Júnior
Juarez Melgaço Valadares
Juarez Tarcísio Dayrell
Júnia Sales Pereira
Leôncio José Gomes Soares
Licínia Maria Corrêa
Lívia Maria Fraga Vieira
Lúcia Helena Alvarez Leite
Luciano Mendes Faria Filho
Luis Roberto de Paula
Marcelo Ricardo Pereira
Marco Antônio F. Scarassatti
Marcos Vinícius Bortolus/Escola de Engenharia da UFMG
Maria Amália de Almeida Cunha
Maria Aparecida Paiva Soares dos Santos
Maria Cristina S. Gouvêa
Maria de Fátima Almeida Martins
Maria de Fátima C. Gomes
Maria Emília Caixeta de Castro Lima
Maria Gorete Neto
Maria Isabel Antunes Rocha
Maria José Braga
Maria Manuela Martins Soares David
Maria Rosimary Soares Dos Santos
Maria Teresa Gonzaga Alves
Maria Zélia Versiani Machado
Marina de Lima Tavares
Marisa Ribeiro Teixeira Duarte
Marlucy Alves Paraíso
Miguel Gonzáles Arroyo
Míria Gomes de Oliveira
Miriam Lúcia dos Santos Jorge
Mônica Ângela de A. Meyer
Mônica Correia Baptista
Mônica Yumi Jinzenji
Nilma Lino Gomes
Nilma Soares da Silva
Orlando G. de Aguiar Júnior
Pablo Luiz de Oliveira Lima
Paulo Henrique Queiroz Nogueira
Paulo Roberto Maia Figueiredo
Priscila Augusta Lima
Regina Célia Passos Ribeiro Campos
Rogério
Rogério Correa da Silva
Rosilene Horta Tavares
Rosimar de Fátima Oliveira
Samira Zaidan
Sara Mourão Monteiro
Savana Diniz Gomes Melo
Sérgio Dias Cirino
Shirley Aparecida de Miranda
Tânia de Freitas Resende
Teresinha Fumi Kawasaki
Vanessa Senna Tomaz
Wagner Ahmad Auarek
Wemerson de Amorim